
Quanto ao surgimento ou o aparecimento do vinho não há história baseada em fatos concretos (apenas uma hipótese ou probabilidade). A probabilidade é que tenha surgido no sul da Ásia mais concretamente no Japão e China, por onde se estendeu ou se alargou a Europa e ao Extremo Oriente. O cultivo da videira foi abandonado nesses países, mas progrediu na Europa principalmente em países como a Grécia e Roma. Os romanos propagaram a videira por seu império, em especial na Hispânia e na Gália, onde pela primeira vez utilizou-se o barril para armazenar e conservar o vinho. Mais tarde, com efeito da expansão colonial europeia, a cultura da vinha chegou a longínquas regiões, onde se dispunham de boas qualidades do solo e condições climáticas.
Na Grécia, o vinho tinha uma cor mais escura e geralmente era bebido com água (bebe-lo sem agua era considerado procedimento desregrado). Mesmo guardado em barricas, odres ou algo do género o vinho sempre mantinha o contacto com o ar. A maturação plena só foi possível a partir do uso da garrafa e da rolha.
A partir da idade media a produção e a qualidade do vinho perderam muito a sua eficiência. A necessidade de vinho para o serviço religioso, foi um dos factores propulsionadores para a preocupação do cuidado da vinha particularmente eclesiástica.
Foi graças a essa preocupação da parte eclesiástica principalmente os monges que a qualidade do vinho foi recuperada. O uso de garrafas e rolhas para conservação de vinho tornou-se comum em meados do século XVII, e foi exactamente nesse mesmo século que a produção de vinho começou a sofrer um grande impacto e traduzindo assim a sua exportação para outros países.

História do vinho em Portugal
Apesar de muitas dúvidas e mitos, pensa-se que a vinha terá sido cultivada pela primeira vez no vale do Tejo e no Sado, há cerca de 2 000 anos a.C., pelos Tartessos ( nome pelo qual os povos gregos conheciam a primeira civilização do Ocidente).
Os Fenícios, cerca do século X a.C., terminaram por assenhorear-se do comércio dos Tartessos, incluindo o vinho. Pondera-se que tenham encaminhado algumas castas de videiras que inseriram na Lusitânia.
No século VII a.C. os Gregos acomodaram-se na Península Ibérica e desenvolveram a viticultura, dando uma individual atenção à arte de produzir vinho.
Acredita-se que no século VI a.C. o povo Celtas, a quem a videira já era íntima, teriam dirigido para a Península as variedades de videira que cultivavam.
Com a romanização na Península houve uma modernização no que toca a cultura da vinha, como a introdução de novas multiplicidades e o aperfeiçoamento de certas técnicas de cultivo, nomeadamente a poda. Nesse mesmo período, a cultura da vinha teve um forte progresso considerável, dada a necessidade de se enviar frequentemente vinho para Roma, onde o consumo aumentava intensamente e apenas simples produção própria não satisfazia a procura.
Foi a partir desta época (séculos VI e VII d.C.), que se dá a esmagadora expansão do Cristianismo. O vinho torna-se então imprescindível para o ato sagrado da comunhão. Os documentos canónicos da época patenteiam a obrigatoriedade da aplicação do vinho puro da videira na celebração da missa.
No início do Século VIII outras vagas de invasores se seguiram, desta vez vindas do Sul. Com a influência árabe começava um novo período para a vitivinicultura Ibérica. O Corão proibia o consumo de bebidas fermentadas, onde o vinho se inclui. No entanto, mostraram-se tolerantes para com os cristãos, aplicando-se aos agricultores uma política baseada na benevolência e proteção, desde que estes se entregassem aos trabalhos rurais, para deles tirar o melhor proveito.
Entre os séculos XII e XIII, o vinho ganhou muita impotência, e que foi destacado como o principal produto exportado. Documentos existentes certificam a importância da vinha e do vinho no território português. Os vinhos de Portugal principiaram a ser notórios até no norte da Europa.
Foi mais concretamente na segunda metade do século XIV, que a produção de vinho começou a ter uma grande evolução, renovando-se e incitando-se a sua exportação.
Em meados do século XVI, Lisboa era o maior centro de consumo e distribuição de vinho do império - a expansão marítima portuguesa transportava este produto aos quatro cantos do mundo.
Em 1703, Portugal e a Inglaterra assinaram o Tratado de Methuen, onde ficou estabelecido um regime característico para a entrada de vinhos portugueses em Inglaterra. A exportação de vinho conheceu então um novo crescimento.

No século XVIII, a vitivinicultura, sofreu a influência da forte personalidade do Marquês de Pombal. Assim, a grande região beneficiadora de uma série de medidas protecionistas foi a região do Alto Douro e o famoso Vinho do Porto. Em resultado da fama que este vinho tinha adquirido, verificou-se uma esmagadora procura sua por parte de outros países da Europa, para além da Inglaterra, importador costumado.
As altas apreciações que o Vinho do Porto atingiu fizeram com que os produtores se preocupassem mais com a quantidade do que com a qualidade dos vinhos exportados, o que suspeitavam ou previam a origem de uma grave crise. Para pôr fim a esta crise, o Marquês de Pombal criou em 10 de setembro de 1756, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, para controlar a produção e o comércio dos vinhos da região. Portanto, segundo alguns investigadores, foi esta a primeira região definida oficialmente no mundo vitivinícola. O século XIX foi um período obscuro para a vitivinicultura, devido a praga da filoxera, que surgiu inicialmente na região do Douro em 1865, rapidamente se espalhou por todo o país, destruindo assim a maior parte das regiões vinícolas.
Em 1907/1908, iniciou-se o procedimento de regulamentação de outras denominações de origem portuguesas. Para além da região produtora de Vinho do Porto e dos vinhos de mesa Douro, restringiram-se as regiões de produção de alguns vinhos, já então conhecidos, como são o caso dos vinhos da Madeira, Moscatel de Setúbal, Carcavelos, Dão, Colares e Vinho Verde.
Em 1933 foi criada a Federação dos Vitivinicultores do Centro e Sul de Portugal, com o objetivo fundamental a regularização do comércio do vinho. À Federação, seguiu-se a Junta Nacional do Vinho (JNV) (1937), e à Junta acompanhou-se o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) (1986), corporação ajustado às estruturas postas pela nova política de mercado resultante da adesão de Portugal à Comunidade Europeia .

Surge, então, uma nova perspetiva na economia portuguesa e, consequentemente, na viticultura. O conceito de Denominação de Origem foi consumado com a legislação comunitária, e foi criada a repartição de "Vinho Regional", para os vinhos de mesa com indicação geográfica, fortalecendo-se a política de qualidade dos vinhos portugueses.
Com objetivos de gestão das Denominações de Origem e dos Vinhos Regionais, de aplicação, vigilância e cumprimento da respetiva regulamentação, foi necessário criar Comissões Vitivinícolas Regionais, que vem com um papel fundamental na preservação da qualidade e do prestígio dos vinhos portugueses.
Atualmente estão reconhecidas e protegidas, na totalidade do território português 33 Denominações de Origem e 8 Indicações Geográficas.